15.10.07

Meu Mundo e Nada Mais




Passei anos dizendo a mim mesma que "ainda teria um blog". Um dia, me animei, escolhi o shape, fiz as primeiras postagens, mas o que teria tudo para virar uma cachaça, acabou escondido na gaveta do esquecimento. Aquela que fica guardada numa galáxia bem distante. Far far away. E lá se foi um ano inteiro guardando coisas que achava interessante para esse tal futuro blog. Tem certas coisas na vida que a gente julga importante, mas se não está na pasta do "em cima da hora-agora", a gente deixa pra lá. E assim, corre um rio sem fim. Um rio chamado vida. E se vida é aquilo que acontece enquanto a gente respira, pra que deixar tanta coisa para depois?
Hoje, recebi um e-mail de um amigo que conseguiu manter o blog dele por três anos no ar. Praticamente um herói da resistência! Então me lembrei da música de Frank Sinatra Let Me Try Again e resolvi acreditar que na vida a gente tem tantas chances quanto aquelas que a gente mesmo se dá. Então, Let Me Try Again.
Poucas coisas me tocam mais que música. Sendo considerada brega ou não, a questão é bem subjetiva, ou as letras me comovem, ou a melodia me embala, empolga. Quando as duas estão em sintonia, formam uma dupla imbatível. Sempre encontramos uma trilha sonora perfeita para todo e qualquer momento vivido. Ontem redescobri Guilherme Arantes no programa do Chico Pinheiro na GloboNews. E, como faço diariamente, encontrei numa de suas canções uma frase para abrir o meu MSN. Queria saber compor, queria poder dizer algo assim, em letra e melodia:


Meu Mundo e Nada Mais:



Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...

Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...

Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...

Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...




Meu estado de espírito atual não tem nada haver com fossa. Mas amei a frase que diz: “Quando fui ferido, vi tudo mudar das verdades que eu sabia” e “Não estou bem certo se ainda vou sorrir sem um travo de amargura”. Esse cara é genial! Porque a dor ensina muito mais que o sorriso e todo aprendizado transforma.

É, né? Ainda assim parece fossa...(rs)Devo estar contagiada pela notícia de que o grande Manoel Carlos – esse cara é do gênero: quando crescer, quero ser como ele – está escrevendo uma minissérie sobre a cantora Maysa, considerada a rainha da fossa, mãe de Jayme Monjardim, que adoro. Li a notícia e ainda não consegui decidir se gostaria de interpretá-la ou de escrevê-la. Sonhos, devaneios e delírios de uma mente viajante. Normal, afinal,
Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu daria tudo por meu mundo e nada mais... O Arantes me faz refeltir muito.. tb vi o programa na globonews e achei um barato.. Das minhas verdades s� sobraram restos.. e a paz q eu tinha... ai ai.. to "meio assim"...

Minha linda... adoro te ler... continue!
Bjos do amigao aki.

Anônimo disse...

Bia, já escrevi aqui 3 vezes e não sai, vou tentar de novo, porque não posso passar essa. Você garimpa preciosidades nas letras das músicas. E mostra pra gente. Esse restinho de amargura que fica no sorriso de quem foi ferido, nossa, eu conheço bem. Essa vontade de voltar ao mundo de antes, à inocência de antes, ao sorriso de antes de ser ferido, é uma vontade enorme, e inútil. Também conheço bem. São preciosidades que você garimpou.