18.9.08



PARTE 5:

Antes do destino final daquela tarde, o Central Park, ainda tivemos mais uma parada estrategica. A loja era simples, mas a vendedora parecia egressa de uma revistinha de mangah (o h eh por falta de acento) – quadrinhos japoneses. Olhinhos puxados, obviamente, corpinho de criança e uma sobreposiçao de roupas com direito a cintos sobrepostos e micro-saia pregueada. Muito simpatica, a vendedora nao economizava nos sorrisos. Quando a Onça chegou ate o caixa para pagar por seus tres ou quatro casacos masculinos, a Japinha deu uma risadinha.

Japinha: It is all gifts?
Onça: Yes.
Japinha: Are these all to your boyfriend?
Onça: Each one to one person.
Japinha de olhinhos arregalados e risadinha marota...
Onça: I love a lot of people!
Respira fundo e abafa!

Voltamos ao bus. A essa altura, a minha bexiga ja tinha ganhado vida propria e controlava todo o meu corpo. Achar um banheiro no Central Park nao seria uma das tarefas mais faceis. Principalmente porque eu carregava mais sacolas que a Lucia, a mendiga que resolveu fazer da esquina da rua do meu predio, a sua moradia. Cada semana ela escolhe um lado da calçada para morar e como foi manicure, esta sempre com as unhas das maos e pes – incardidos - pinhtadas. Super chique!

Fomos ate o ponto final. A Onça sabia que tinha um banheiro dentro do shopping, na Columbus Circle. Eu achava que a distancia era grande para a minha angustia. Na verdade, estava ate com medo de ir la, porque sabia que mais fotos me esperavam [conto na frente]... Nao teve jeito! Fomos caminhando ate o shopping e o banheiro jazia no segundo andar. Corri para o reservado destinado aos cadeirantes. Estava cheia de sacolas e muito apertada, a minha necessidade especial era me espalhar o mais rapido possivel sem comprometer o caminho para a porcelana. Assim fiz; assim renasceu uma nova pessoa, mais calma, aliviada.

Como a Onça estava demorando horrores [nem preciso dizer que ela estava dando uma carimbada no banheiro mais luxuoso que encontramos ate ali], resolvi me desfazer de caixas desnecessarias, que so estavam adicinando peso a minha via crucis. Favela total! Coloquei papel em cima da pia, para evitar que os eletronicos molhassem. Comecei a tirar caixa em cima de caixa, plastico e papel. Fui jogando tudo em cima da pia e a Onça chegou para me salvar daquele emaranhado.

Devidamente arrumadas, fomos andando pelo shopping, que eh recheado de exposiçoes e esculturas. A Onça me pediu para fazer uma foto com uma estatua de um peladao e, pela primeira vez, notei que ela estava com vergonha de fazer o gesto que gostaria para ser registrado. Que alivio! Ficou esse ai, tambem bem divertido.


Pegamos um bus ate a 72, para visitar a Fonte de Betesda, a Fontana, como a Onça cismou de dizer. Ela devia estar em uma viagem italiana dentro de sua mente. Vou discutir?! Fotos, fotos, fotos... Ao olhar o resultado, hum!, a triste constataçao: a gente estava um bagaço! Resolvemos voltar...

No relogio: 18 horas! A gente tinha planejado chegar ao Madison Square Garden as 19 horas. A velha mania brazuca de tentar evitar o tumulto – que nao rolou nem na entrada e muito menos na saida. Veja bem: estavamos na 72. O onibus tinha como ponto final a 42. O nosso destino era a 34. E a barriga ja roncava igual perereca no brejo. Com o transito em ritmo quente, chegamos ao ponto final quase as 18:30. Paramos no ponto a espera do proximo bus. Olhei para o outro lado da rua e vi que tinha um subway.

Bibi: Onça, vamos de subway. Com esse transito, o onibus nao chega! Eu to com muita fome!
Onça: Vamos sim! Voce sabe qual pegar?
Bibi: A gente ve isso la. Atravessa a rua!

Cruzamos a avenida quase em frente aos carros, em passinhos apressados. Olhamos o mapa do metro e decidimos pegar a linha amarela [ate aqui?!]. A Onça parecia perdida e disse mesmo que se dependesse do subway daqui, ia ser complicado. Mas, combinamos que se estivessemos na direçao errada (iamos para Downtow, percebeu?!), bastava saltar na estaçao seguinte. Nao estavamos e a proxima estaçao era mesmo a 34. O unico porem eh que a 34 eh enorme. Andamos de um lado para outro sem encontrar a saida. Afobada, com fome e cheia de arrogancia, corri para uma porta de saida de emergencia.

Bibi: Vamos por aqui mesmo!

Quando empurrei a barra de ferro para destravar a porta: surpresa! Um sinal sonoro altissimo começou a tocar! Eu larguei a porta e arregalei os olhos. A Onça ria de mim! E eu fiz cara de pastel! Eu queria sair logo dali! So entao percebemos que a mesma roleta que colocava as pessoas para dentro da estaçao, tambem servia para Exit Out! E tivemos a nossa saida estrategica pela direita. Em direçao ao Burger King!

6 comentários:

Ana Martins disse...

IÓIÓIÓIÓIÓIÓIÓIÓIÓIÓIÓ!!!!!!!!!!

Tô só imaginando a sua cara! já passei por algo assim... um PAVOR!
A casa do meu amigo-mano em Orlando tem alarme, e eu, toda vez que ia sair, ativava o sinal. Acontece que um dia esqueci que já tinha acionado a tal coisa e percebi que o gatinho dele estava sem ração. Voltei atrás para alimentar o fofo e os minutos que eu tinha para sair já haviam expirado... dai que o alarme tocou tão alto, mas tão alto que me desesperei! até pra lembrar o que eu podia fazer para parar aquela coisa ficou difícil com tanto nervosismo meu. Meu amigo ia ser multado caso aquilo não parasse rápido... rsrsrs

Anne Katheryne disse...

Ai amiga vc me mata de orgulho em saber andar tão bem no subway de NY, pq qd estive aí achei suuuper complicado... mas quem sabe um dia eu fique safa q nem vc? Ahh estou anotando tudo pra ano q vem fazer todo o percurso!! =)
Bjus

Sah. disse...

adoreiii!

hey! tem q ler de "ponta cabeca mesmoo?!"

hehhh

Saulo disse...

Como esta onça é ousada!!! rsrsrs
Queria ver a cara do pobre coitado! rsrs

V. Raner disse...

Catchaça taradona haha!

Anônimo disse...

hahhahahahahahahahah, ri demais com essa foto!!!