9.12.08

Detalhes



Escrevi o post Abelhas na intenção de dar réplica a um comentário feito pela Ana Martins sobre um texto anterior. Gosto demais desse tipo de feedback. Não só por poder expressar sentimentos em palavras, como também porque é a chance de tornar o Bibidebicicleta um espaço de diálogo e não apenas um lugar ideal para o monólogo de uma contadora de histórias reais [minha prima achava que era tudo ficção, coisa da minha cabeça. hehehe A vida pode ser uma viagem sem ácido!].

E depois que escrevi para a Ana aqui, passei lá no Sobretudo, o blog de uma pessoa muito querida e inteligente [afinal, quem mais começaria um post com a frase: "Lembra do poema Vaso Chinês , obra máxima do Parnasianismo?" WOW, não!! hihihi Acho que só a Lolô, a amiga letrada, conseguiria]. Depois dessa introdução, resolvi comentar todas as fotos e histórias que ele havia deixado por lá. Fragmentos de uma viagem que sempre digo que ainda vou fazer com ele! E como foi bom receber um post todo animado, agradecendo os comentários. Melhor ainda foi ver que no próprio blog há um espaço para a resposta, dele, aos comentários, nossos. Já ri e já fiquei bravinha [coisa que passa e me faz rir outra vez: de mim mesma].

Voltando ao Bibidebicicleta encontro um recadinho fofo da Ivy, a ruivinha do bloquinho, sobre o post Abelhas, que reproduzo a seguir: "Nossa, profundo isso heim? Quer dizer que é bom também ter uns baixos?".
A minha primera reação foi ficar feliz por ter um comentário dela. Tem muito tempo que a gente não se fala. A seguinte, foi morrer de rir. Sozinha mesmo, absorta em meus pensamentos. "Ter uns baixos" é o tipo de frase que jamais passaria impune na minha família, que assim chama as partes "íntimas". Exemplo: "Aí, tô com uma dor aqui nos meus baixos" (seguida, a frase, de uma bela coçada ou ajeitada do pinto na cueca). Ou seja, por esse ponto de vista, é sempre bom ter uns baixos. Sadios, de preferência [risos]!

Falando sério... Se a gente analisar os fatos marcantes de nossa vida, boa parte das vitórias (se não, todas) foram precedidas por derrotas ou percalços. Quando a gente tropeça é que se tem mais vontade de tomar fôlego para levantar. Quando nos encontramos com a dor da alma, buscamos pela paz de espírito com muito mais vontade, entusiasmo, empenho. A gente dá muito mais valor a uma coisa conquistada através de muita luta e as lições são compreendidas com mais intensidade após uma derrota.

Altos e baixos fazem parte da vida, tanto quanto inspirar e expirar. A maneira pela qual encaramos as dituações é que fazem toda a diferença. Não digo que é fácil. Tudo que é importante parece vir em uma embalagem difícil de ser aberta. As experiências que acumulamos ao longo do tempo [traumas, lições, vitórias, decepções e conquistas, exposições, valores, ensino, personalidade] é que fazem distinção na maneira pela qual desenvolvemos a estratégia para enfrentar [ou fugir] [d]os "baixos" da vida. Muitos precisam de ajuda extra [e não há nada de anormal nisso].

Lembrei de uma frase dita pela atriz Paula Burlamaqui para a revista Contigo! [a situação é outra, mas a frase solta cabe]: "Se as coisas existem para te melhorar, porque não fazer?". Foi algo desse gênero. Nos "baixos" da vida, toda a ajuda é bem-vinda. É importante refletir e encontrar uma razão ou motivação em tudo o que acontece. Isso não é maturidade, é atenção para os seus próprios detalhes.

2 comentários:

Ana Martins disse...

Bibi, minha querida,


Ainda não consegui fôlego para respirar direito, meus dias estão muito corridos. Mal descanso e meu sono fica comprometido. Outro dia no supermercado, na hora de pagar, de frente para a caixa registradora, percebi que meu carrinho de compras estava cheio de mercadorias que não eram as minhas!!! Peguei o carrinho de outra pessoa, pode?! E só notei depois!

Ana Martins disse...

Pelo menos hoje, encontrei disposição emocional para escrever um pouco.
Preciso lhe dizer:
Sempre achei INCRÍVEL a sincronia entre nós, mas desta vez TENHO que comentar!
Meu último post do blog fala do meu avô José.
Ele não vivia sem sua bicicleta.
O que vc diz no seu blog:
"Porque a vida deveria ser simples como um passeio: divertido, sem rodinhas e com aquela sensação maravilhosa de vento no rosto", é um bom resumo da vida do meu avô!
Tenho vivido minhas últimas semanas de forma tão intensa e emocionada com minha família... aí, ainda acontece de vc escrever o post lindo: ABELHAS.
Menina, não basta ele ser para mim?
Meu avô José era extremamente APAIXONADO por abelhas!!!
E cultivava um bom número de colméias aonde vivia, no norte de Portugal.
Até os últimos dias de sua vida, pude me deliciar com o mel que ele extraía delas e mandava para todos os netos aqui no Brasil.
E então vc me fala da linha da vida. Aquela, que marca os batimentos cardíacos.
Em algum momento, a linha fica reta, linear, e então, já não mais temos a companhia de alguém querido.
E de altos e baixos, vivemos nosso estado normal de vida.
Sem dúvida, nada é por acaso.
As coisas boas persistem. Outras nem tanto, também.
Mas somente o que foi construído com amor, engrandece.
E realmente nada é perfeito. Mas persistir no amor é o grande propósito de todos nós.
Produzir o doce também.
Que a gente aprenda cada vez mais a viver como as ABELHAS.
Obrigada! Deus te abençoe muito tb!