22.12.08

Progesterônico

Samuel e o Papai dele, esperando na janela

Eles levantaram a lebre. Sah, Bia Bug e o Val acusaram: "definitivamente, seu blog tem estado bastante progesterônico". [Dã]. Obviamente estou vivendo um estado de "Hello cegonha?!" há bastante tempo. Desde os 14 anos [ou antes] o meu instinto maternal foi acionado. Nessa época, eu cuidava de umas 20 crianças entre 6 e 11 anos, todos os sábados, no movimento escoteiro. Antes disso, qualquer lugar que houvesse uma criança, eu não dava atenção a mais nada e ninguém.

Se eu brincava de boneca quando era pequena? Não, eu brincava na rua de pés descalços, corria, soltava pipa, jogava bola de gude, queimado, pique-esconde, pique-bandeira, pulava muro, subia em árvore, andava de bicicleta, patins, skate, pogoboll [ficava com os pés em bolhas], acampava, tomava banho de piscina, jogava detetive, jogo da vida, war, banco imobiliário. Os únicos seres inanimados que "projetavam" a imagem humana eram Playmobill, G.I. Joe e bonecos do desenho He-Man, que faziam parte do arsenal do meu vizinho e melhor amigo. Ele sempre me chamava para brincar. Desde muito cedo, dei preferência para as brincadeiras coletivas. As bonecas me tragavam para um mundo mais solitário. Mas foi sair da idade das bonecas, para entrar na fase I Love Kids.

Esse vulcão andava apagadinho há algum tempo [mais de três anos]. Só que meu last boyfriend tem um filhinho de três anos, que é a coisa mais fofa desse mundo. E eu me apaixonei pelo garoto, antes mesmo de conhecê-lo. E quando nos encontramos, a mágica aconteceu. E por um dia, o menino foi um pouco meu. Depois disso, ele foi "retirado" de mim. Ficou a vontade. Gritando, uivando e salivando dentro de mim. Já havia feito o post dos filhos dos amigos aqui no Bibidebicicleta. O Franitos aparece com o sobrinho mais lindo e mais figura nos braços [Samuel, o loiro da foto]... Claro que estou ovulando! Se me deixarem mais de um dia tomando conta de um bebê é capaz de sair leite do meu peito! hahahaha

Os Índios da tribo pensaram que o Samuel fosse um boneco e não um menino

Porém [ah! porém], como eu também já havia falado aqui, tudo tem o seu tempo certo. Quando a gente apressa o curso natural da vida [ou tenta alterar o fluxo natural de um rio], nós acabamos pagando um preço bem caro lá na frente. E não é que eu queira ser a "Senhora Perfeição", longe disso [far, far away mesmo]! É que sonho em planejar uma família. Se Deus me abençoar com filho (s), gostaria que ele (s) fosse (m) fruto (s) de uma história de amor, de um belo encontro [sem data marcada, sem previsibilidades ou obviedades].


O que fazer então, acerca dessas coisas? Esperar e curtir as oportunidades que a vida me oferece.


E por falar em esperar... Foi esse o tema que eu comentei lá no blog do Valmir, o Sobretudo. Gosto dessas conexões. Vou trazer para cá, o comentário de lá. Enjoy.

Foto "descolada com consentimento" do blog do Moratelli



VALMIR DIZ:
"Agora, no meio do texto, revendo essa foto, me veio uma outra coisa à cabeça. Quase deleto tudo e recomeço. Preguiça... Essas cadeiras vazias... Isso me lembra esperar. Esperar e nunca saber se vai chegar. Quem vai chegar? O que vai chegar? A gente está sempre esperando alguma coisa. É ela que não ligou. É o dinheiro que não caiu na conta. É o ônibus no ponto. É a remuneração no trabalho. É o chope o garçom não trouxe. É o telefone que não toca. É o presente que deve vir. É o sinal que já vai abrir. É a chuva que já já vai cair. É o sol que precisa aparecer. É a revista que tenho que fechar. Enquanto a gente espera, vai vivendo. Eu prefiro esperar em pé. As cadeiras vazias..."

BIBI RESPONDE:
"Eu costumo dizer que a vida é o que acontece enquanto a gente está nela. A espera faz parte. Mas ela pode se tornar um momento criativo, de aprendizagem. Como jornalistas, a gente tem q desenvolver técnicas p esperar com paciência, pq essa é uma tarefa que muito se faz. Eu, ansiosa e inquieta por natureza, achava uma tortura ter q fazer plantão, paparazzi, porta. Na porta, pelo menos, a gente fala um monte de besteira, joga conversa fora e vida dentro. Tudo vira história. Esperar no aeroporto, agora, só com livro. Estava em SP num desses apagões, sozinha e estressada. Não saio mais de casa sem livro e bloquinho. Qdo viajo, ainda tem a palavra cruzada! Difícil é esperar o cara certo (não o perfeito) chegar; a oportunidade ideal de trabalho; os sonhos se tornarem metas e realidade. Antes de nascer a gente já esperava ficar formado dentro da barriga da mãe. Depois disso, espera-se a morte. Mas a gente não vive esperando por ela... A gente simplesmente vive. O que me traz de volta à frase do começo do post, que a vida é o que acontece enquanto a gente está nela."

2 comentários:

Saulo disse...

Sintonia Fina! Nesta semana voltei a me emocionar com aqueles comerciais que apresentam o melhor amaciante de roupas para tolhas e bebês fofinhos! Mau sinal... rsrsrs
Acredito que todos trazemos um tanto de pai e mãe latente . Este desejo se torna mais ou menos punjente nas diversas fazes da vida. Neste momento eu também ando em alta voltagem! E como tenho desejado isso! Ufa... ovulei de novo!

Anônimo disse...

Que diálogo, que diálogo. Diria que é um bate-bola adorável esse que tenho feito com vc.