29.12.08

Vestido Branco

Antes do Natal, estava de bobeira com uns amigos em um shopping. Não gosto de passeio em ambientes fechados, salvo quando está chovendo. Era o caso. Antes desse programa, a gente foi ao teatro. Eu estava crente que se tratava de uma peça de comédia, mas não era! Ora vejam, era um balé. Na verdade, parecia um espetáculo de formatura da turminha da tia famosa. Em 10 minutos eu já estava entediada [por favor, me desculpem os que amam a dança. Eu até tento, com força e com vontade, mas sinto falta das palavras. Elas me preenchem].

Voltando... Durante esse passeio pelo shopping, vi em uma das lojas um vestido perfeito para o reveillón. Como nosso grupo era formado por dois homens e duas mulheres, achei melhor não arriscar o pedido de parar e experimentar. Homem não tem muita paciência para essas coisas. Na verdade, um deles até tinha, mais que eu, que detesto que mais de uma pessoa fique me esperando com boa vontade.
O tempo passou. O Natal passou. O feriado passou e o dia internacional da troca chegou. A Onça se ofereceu para ir comigo ver o tal vestido no shopping. Estava chovendo, mas a gente não ligou. Comprei um guarda-chuva e fui lépida e fagueira. Uma vez dentro do metrô, um morenão sentou-se à minha frente. Quem disse que eu conseguia olhar o morenão. Na estação seguinte subiu uma família de estrangeiros. A filha, super gordinha, tinha escolhido um macacão verde, preto e amarelo tie-dye, combinado com um tênis preto no melhor estilo kichute e segurando os cabelos loiros e encaracolados, uma presilha de pompom vermelha. Nem a Onça, nem a menina, que dançava alegremente nos ferros do vagão, me deixaram prestar atenção em mais nada. A Onça lançava comentários ácidos até que... Na estação seguinte entrou um fortão, alto e careca. O tipo que a Onça gosta. Estava com uma namorada e era gringo. Como olhar não tira pedaço, minha amiga passou a viagem admirando aquela paisagem nórdica. Mas confesso que homem com penduricalho feminino não me serve nem de colírio.


Saltamos na estação. De um lado a pista rolante. Do nosso, o chão mesmo, nos obrigando a andar. Lá de longe eu vejo um dorso bonito, vestido em uma camisa listrada azul. Gosto de camisa listrada em certas espécies masculinas. A Onça comenta: "Caramba, só estamos vendo bonitões hoje". Eu respondo com um sorriso. O cara da blusa listrada me devolve um sorriso enorme, mas meus olhos continuam centrados na camisa do rapaz. Não costumo dar bola para sorrisos soltos na rua. Mas o cara insiste e quando passa pela esteira por mim, não tendo mais como voltar, ele grita meu nome! Só então me detenho no rosto lindo e... Bem conhecido: era o Teko, um dos caras mais lindos e simpáticos da turma que fez intercâmbio comigo. Acho que não o via desde 2002/2003. Gritei seu nome de volta, dei tchau, tentei reparar a falta de bola [ou bola fora] e saí rindo muito, toda feliz por ter sido reconhecida [e rindo de mim mesma por ser tão desajeitada. É parte do pacote, fazer o que?]. A Onça ainda reclama: ", ele está rindo para você há um tempão! Como é que você não viu?!". Não vendo, ?


O Teko é parte da minha família americana. Em duas semanas, recebo em casa a minha sister desse tempo, com quem efetivamente dividi uma casa. Já falei dela aqui e achava, mais de uma vez, que nunca mais a veria. Bem, essa será a terceira de tantas outras... Assim me parece. O passado volta a me visitar repaginado no futuro. E tem sido agradável demais.
E o vestido? Claro que cheguei lá e não tinha mais. Não é que não tinha o meu número. Já não existia a peça na loja de departamento. Fiquei chupando o dedo, sem vontade de fazer mais nada. Tenho que aprender que se vir alguma coisa que valha a pena e tiver que comprar, não importa os outros: vai lá e adquire a peça antes que seja tarde. Sociedade de consumo é assim: pegou, pagou, levou. Achei um lavanda em outra loja. É bacana, mas queria o outro... Agora? Senta e chora, meu bem! Vou para Salvador virar o ano de vestido lavanda! Linda e sem salto. [Não há dignidade em se ir para uma festa em clube à beira-mar de salto, bonita!]. Ainda bem que sou a favor de todas as cores. Hoje e sempre!

Um comentário:

Sah. disse...

ebaaa! a gatona vai pra BAhiaaa!

vai pra terrinha do meu bobby! hihi

bjoo fofaa divirta-seee