11.6.10

Céu de Diamantes

andava distraída
com a cabeça a vagar por vielas escuras
muros pichados
pisos quebrados
suburbano coração
foi quando ele me convidou para contar estrelas
num céu que me parecia distante
um céu de diamantes
alheio...
foi quando me dei conta
de que embora tão altivo
não era o céu que me olhava,
mas eu que podia olhar para ele
se assim desejasse.
esplendoroso
majestoso em sua imensidão
ao deitar na grama
e contar estrelas
podia criar paisagens
formar quantas imagens eu pudesse pensar
imaginar um mundo novo
para o meu mundo tão real
e estando distraída
vagando casmurra na minha solidão
ele apareceu de repente
e me me fez o tal convite
Para mais que olhar o céu infinito
eu fosse em sua companhia 
contar estrelas...
as mais brilhantes
as mais distantes nesse campo infinito
E lá fui eu
embarcando na fantasia
E enquanto contava estrelas
ele desenhava o céu pra mim
em espaços particulares
em curvas invisíveis
em linhas diretas, discretas
arquitetando sonhos vãos
ele foi me contando histórias
de quem conhece bem o céu
de quem já deitou na grama seca
e olhou para cima
em busca de tantas glórias
em resgate de suas memórias
vividas, sofridas, sagradas, deixadas pelo ar
pedaços partidos de seu imaginário
de quem já havia antes contado estrelas...

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