3.9.11

O maestro, o gringo e a frase



Tá. Querido diário. Conheci um músico de Cleveland. Um maestro, já senhor, para falar a verdade. Um querido. Ele mora em Milão e diz que o melhor da sua profissão é conhecer pessoas. E ele crê que existem 90% ou mais de pessoas boas no mundo. Eu disse que a matéria prima do exercício da sua profissão é o belo e que só os sensíveis sabem apreciar aquilo que é belo, portanto, fica mais difícil pessoas más ganharem território. Ele concordou, mas acrescentou que talvez isso seja apenas um modo filosófico de ver a vida, porque a maturidade nos brinda com esse tipo de olhar para a vida. Eu disse: "então a minha alma 'envelheceu' na frente". E ficamos ali, os dois, apreciando uma paisagem de tirar o fôlego: novidade para ambos. Ele me disse que para evitar o jet leg segue algumas recomendações:

1) adianta o relógio para o lugar que ele vai antes mesmo de entrar no avião; 
2) dorme sem o quarto escuro ou penumbra, para que o corpo se acostume com o ciclo local; 
3) pelo mesmo motivo, segue as refeições no horário local; 
4) Procura começar logo os trabalhos, que é onde seu sistema encontra o registro do cotidiano. "Mas o corpo sente e as vezes me dá vontade de jantar na hora do café da manhã".

E olha que ele estava com 5 horas de diferença "nas costas". Eu morro alguns dias antes de renascer. Para ele é impossível se dar a esse luxo, uma vez que já teve que mudar 4 vezes de país em apenas um mês. Créeeeeu!

***
Quase virei picolé: 12 graus. Por mais que eu queira, não me acostumo. Almoço às 18 horas. Tá boa? Nada de Bienal ainda e isso tá me deixando tensa...

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Há quase 10 anos conheci um americano, que se tornou uma espécie de boa lembrança para mim. Um amigo da ocasião, que voltei a encontrar outras três vezes, durante um dia cada. Agora, finalmente, ele está apto para vir ao Brasil. E deve ficar aqui em casa. Para nós, é como se nunca houvéssemos nos separado. Chegamos a morar juntos durante dois finais de semana. Mas, naquela época, mesmo entre a nossa amizade havia um rio sem tamanho. Depois a ponte nasceu. O mais curioso foi ver a minha Mãe morrer de rir, quando eu disse que ele vinha para cá. Acho que foi de nervoso, porque começou a treinar as cinco ou seis palavras que sabe em inglês: yes, no, come here, good morning, how do you do (e afins). Depois ela pensou: "o pior vai ser ele entender e responder". Lascou! 

***
"É tão maravilhoso quando pessoas te querem ao seu lado. 
Mas ao mesmo tempo, é tão difícil elas entenderem,
às vezes, a sua necessidade de não estar perto... 
A vida é mesmo cheia de equações. 
Algumas de difícil solução, 
outras apenas trabalhosa; 
todas, no entanto, com resultado" 
- Bia Amorim

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