31.10.11

Li por ai...

"Podemos ser criativos sem nos perdermos em devaneios"

Saltando da morte para a vida



Curioso. Há duas semanas acompanhei a história da empregada grávida que se sentiu mal e caiu do 10º andar de um prédio no sul do Brasil e sobreviveu, amparada por uma árvore. Hoje, vejo o impressionante relato de uma jovem de Goiânia que saltou para a morte de um apartamento em chamas, mas o que ela encontrou foi a vida. Milagrosamente ela sobreviveu à queda do 12º andar. A mesma que vitimou seu marido momentos antes. 


Essas histórias me tomam por completo, me arrepiam. São relatos reais, mas que estão no nível do inacreditável. Eu vi uma cena assim. E, por mais que o final seja feliz, ela não deixa de ser chocante e de provocar sensações muito estranhas. Eu estava saindo para a faculdade, quando vi que um dos apartamento do prédio estava pegando fogo. Era o 10º andar e um homem estava em desespero, tentando respirar na janela. Não sendo mais suportável ficar dentro do quarto, ele sobe no parapeito da janela e vai se esgueirando para o lado, tentando fugir do calor. Impossível. Ele se solta.


Vocês conseguem imaginar o desespero que está na parte de baixo, inútil à dor e ao sofrimento de uma pessoa, acompanhando o desenrolar de uma tragédia anunciada? Eu só imaginava aquele homem em pedacinhos no chão. A cena marcaria para sempre a minha vida, porque tenho muita angústia com gente machucada. Apavorada, me virei de costas, coloquei as mãos no rosto e "apertei o coração". Não vi o milagre completo... Num segundo, era uma morte horrenda anunciada e no outro, o homem estava de pé, ali bem perto de onde eu estava. Nem ele acreditou que estivesse vivo! Bateu em um toldo e foi amortecido por uma fiação que não fechou curto. 


Depois dizem que milagres não acontecem, que as coisas são fruto do acaso... Tenho pena de quem não consegue crer naquilo que transcende a matéria e vivifica o espírito. Não por serem ignorantes, mas por não desfrutarem da emoção que é poder confiar em Deus e agradecê-lo por cada vitória. Mesmo não sendo a sua :)

Quando eu desisto, ela insiste





Quem é que nunca transformou um fato boboca, um medo aparentemente inconsequente em bicho papão? Não é novidade para quem lê o BibideBicicleta que o meu bicho papão chamava-se direção. Mesmo tendo carteira de motorista e sendo aprovada logo na primeira tentativa, estar em outro carro que não fosse o da auto-escola me causava medo, paralisia e depois, terror. Foi chegando uma fase em que eu não gostava nem de sentar no banco da frente. Não o do volante: o do carona! 


Essa semana que passou foi bem redentora. Escrevi para as figurinhas do Face:


"Dia muito especial: fui e voltei da faculdade dirigindo, sozinha no carro. Para quem tinha o medo como limitador, posso dizer que a sensação de vencer o invisível limitante é ótima! Recomendo" 


Mais de 50 pessoas curtiram ou comentaram o fato. E posso dizer que é bom demais receber mensagens de força e carinho, quando você está numa jornada aparentemente tão solitária. Acho fundamental o ser humano estar cercado por afeto. Mandela uma vez disse que assim como o ser humano aprende a odiar, porque isso não é inato, ele também pode aprender a amar. E eu concordo com o mestre Mandiba. Nos orfanatos, os bebês que passam a receber carinho, se desenvolvem extremamente mais rápido, que os que ficam à merce do tempo. E creio que essa sensação de alguma forma continue a se perpetuar pela vida afora. 


A velocidade dos dias nos mantém naturalmente distantes uns dos outros. Assim como a tecnologia trouxe soluções, ela também nos brindou com novas preocupações, que nos facilitam a vida, mas ironicamente (e quase que inacreditavelmente) nos roubam o tempo. Mas existem esses momentos-chave nos quais a gente sente que existe bem junto de nós uma horda do bem torcendo, vibrando a cada passo. Longe do tato, mas tão perto do coração.


O mais curioso é que isso só foi possível pela transitoriedade da vida e a circunstancialidade das coisas. Meu pai se foi e me deixou um legado como grande motorista e um carro, que me "olhava" toda vez que eu saia sofrendo para pegar o ônibus. Depois, diante da incredulidade de muitos, que já não acreditavam na minha capacidade de virar o jogo, existiu alguém que não desanimou. Minha Mãe é uma pessoa que nunca deixa de acreditar na minha capacidade de realização. Nunca duvidou de que eu pudesse e investiu em mim. 


Esse olhar me faz acreditar que é possível, quando nem eu mesma encontro a força necessária dentro de mim. Quando eu desisto, ela insiste. Quando choro dizendo que estou só, ela só me olha e diz: "você tem a mim". Que coisa fantástica deve ser essa coisa de ser mãe. Que força divina e inconteste. Somos seres humanos absolutamente diferentes ela e eu, mas nos encontramos e nos reconhecemos nessa dádiva chamada amor.   

30.10.11

Combustível para a Alma


Uma era quieta, observadora, de gestos delicados e um ar discreto e sofisticado na escolha das roupas. A outra era o avesso, perguntava a tempo e hora, falante, participativa, não parava quieta ao se expressar com movimentos. Faziam o mesmo curso e sentavam-se de lados opostos da mesa. Essa alternância, no entanto, não foi um abismo, mas ponte entre duas pessoas diferentes, mas que tinham uma coisa em comum: o amor pelas palavras. Assim nasceu minha amizade com a Cecília. Dois mundos, mas o mesmo universo. E depois, dentre as similaridades, a mesma vontade de experimentar a vida. Ela já casada, com filhas, com netos. Eu recém formada, solteira, com metas.

E mesmo com tudo diferente não perdemos a vontade de nos ver. Fim do curso, começo da amizade que se mantém. Dia desses, ela me ligou. “Estava pensando em você”, eu disse. “Por quê?”, ela me perguntou. “Estou exatamente entrando no túnel que leva à sua casa”. “Jura? Estou acabando de sair dele, em direção à minha casa”. Quando certas coincidências acontecem, não me faço de rogada. Eu tinha um compromisso e estava morta de cansaço, mas marquei de me encontrar com ela. Fazia um tempo que a gente não conseguia se encontrar. E acredito piamente que amizades são sementes de uma bela flor: é preciso regar, adubar a terra, podar as arestas. Merece um cuidado contínuo. Mesmo que não possa ser constante.

Nesse encontro ela me falou sobre o curta dela - “O Brasil de Pero Vaz Caminha”, que foi selecionado para vários festivais do país. Acompanhei de longe as histórias da realização de um filme e ri com ela de cada uma das roubadas que essa turma se meteu, com a maior disposição. Ver o produto pronto é como acompanhar o desenvolvimento de um sobrinho. Depois, ela me presenteou com seu último livro: “A Morte do Calouro”, com dedicatória e tudo, o que deixa a vontade de ler, tanto quanto o exemplar em si, com muito mais personalidade. O livro é infanto-juvenil (mais juvenil que infanto) e aborda um tema muito legal que é sobre os trotes universitários, num enredo com pegada policial, que transforma a história numa aventura. Bem bacana. Li em duas tacadas. Literatura das boas, escrita que flui e ensina e não trata o jovem leitor como burro, bobo ou aculturado. Maior orgulho da minha amiga.

Em dado momento, eu disse a ela que sempre que termino um bom livro, tenho vontade de escrever para o autor. Para ela eu poderia escrever, assim como já fiz com o Ivan Martins. Foi então que eu disse que esse desejo começou com os livros que marcaram a minha infância. E me veio à mente o nome da Sylvia Orthof (jamais esqueci  do “Se a Memória Não Me Falha”). E não é que a Cecil conheceu a Sylvia? “Ela morreu”, me disse. E me contou que foi uma das pessoas que mais a incentivou a começar a escrever, a ingressar nessa linda carreira das letras. Meus olhos brilharam. Assim como um grande nome como a Sylvia Orthof ajudou a Cecil; a premiada escritora Cecília Vasconcellos me leva pela mão em meus primeiros passos - e meus desejos anteriores ao passos efetivos  - em busca da publicação. Esse mundo é muito mágico. Espero um dia estar orientando os passos de alguém, porque essa troca – certamente - é um enorme combustível para a alma.

29.10.11

Frase


"Faço do amor a medida das coisas" 
- Bia Amorim

Aprendendo a poesia


"Eu não sou um poeta profissional, publicável. É muito mais uma coisa confessional. Às vezes, eu me arvoro a tentar desenvolver alguma coisa mais tecnicamente. Mas é muito mais um desabafo. Em poesia sou muito mais leitor que poeta. Gosto de ler e acho que tenho uma boa leitura em voz alta de poemas. Ler poemas não é fácil (...) A poesia não é feita para ser interpretada. É para ser lida, dita..." 
- Pedro Bial para a revista Press & Advertising

Concordo verdadeiramente com as palavras do Bial. Não havia parado para refletir sobre isso, como enquadrar o estilo de poesia que tenho dentro de um universo tão rico ao qual não mereço qualquer grau acima apenas do que é belo. Lógico, o que produzo não é estético, técnico, é apenas palatável, na medida em que tem o tom confessional e muitos podem se identificar. Nem sabia que existia uma técnica a ser aprendida, porque o que brota de mim é muito natural, vem da emoção do coração, vamos colocar assim.

Outro dia, no entanto, conheci um cara que trabalha com a Elisa Lucinda, que é atriz e poeta. Ele me contou que ela tem aqui no Rio de Janeiro um espaço chamado Casa Poema. Na hora eu fiquei louca para saber o que era, o que faziam por lá. Mas de alguma forma eu não fiz uma conexão de que pudesse existir um lugar onde se ensinassem técnicas para se fazer poesia. Bobagem minha! Dormi no ponto legal! Marcelo Correa, fotógrafo amigo e doce de pessoa, cansou de me falar dos cursos que fez na POP e um deles de poesia com o grande Ferreira Gullar.

Assim sendo, que bom que existe um lugar onde se pode depurar uma técnica de um estilo tão delicadamente exequível. Eu sempre acho que, principalmente em relação às letras, eu preciso muito amadurecer para fazer algo que seja minimamente relevante, do ponto de vista daquilo que é publicável. Crescer em espaços internos, amadurecer e apurar técnica e estilo. Sei que isso também faz parte da minha eterna insegurança de achar que posso sempre fazer melhor... E talvez tenha sido essa falta de maturidade, que tenha me feito MORRER de vergonha de participar do concurso de poesia que rolou lá na faculdade. Covarde, não dei minha cara à tapa, não arrisquei, embora sinto que deveria me colocar mais para jogo e aceitar os resultados como parte da sedimentação dessa minha caminhada. Bobagem.

E, ironias da vida, hoje mesmo a Castilho leu uma frase em algum lugar, lembrou de mim e repartiu com todos: 

 "Coragem é ter ousadia de dar o primeiro passo ou um passo diferente. Coragem é a decisão de colocar os seus sonhos acima dos seus medos" 

Olha a vida ai, ela mesma mostrando os caminhos a serem trilhados, onde a gente precisa dar o reforço necessário. Fator: Deus. Por isso é que eu digo que a sutileza da mágica da vida se encontra nos detalhes, nos menores, talvez, os mais encantadores...   

27.10.11

Li por ai

Tem umas coisas que a gente lê por ai e ainda se choca. Eu, pelo menos, ainda conservo essa capacidade de me surpreender e tal...


No blog do Léo Dias saiu uma nota que reproduziria uma suposta declaração da Galisteu de que toda a sua família sofreu e sofre com alguns vícios: "Meu pai era viciado em álcool, meu irmão em drogas, ambos já morreram. Minha mãe é viciada em jogo e eu em sexo." Adriane sempre foi muito franca em todas as entrevistas que dá, mas dessa vez a declaração é de uma tristeza profunda. Mais que me chocar, morro de pena. A pessoa que sofre qualquer tipo de vício já tem que lidar com uma dificuldade enorme, imagina repartir isso com GERAL? Ou é um passo definitivo e desesperado por tratamento ou um pedido de socorro. Mas me diz: quem vai entender dessa forma tamanha exposição? Não julgo não, porque dividir uma questão é uma tentativa de torná-la mais suave. 


E o babado sobre o William Waack, que, sinceramente, está parecendo muito mais enredo de filme de espionagem ou uma daquelas tantas manias de perseguição e teorias conspiratórias. 


Em tempo: Mais um Ministro do Governo Dilma que cai. A melhor definição para essa notícia o Kibe Loco deu antes da queda de Orlando Silva:


  

Ela é pop

A multitalentosa Julia Almeida está aprontado mais uma das boas. Está ai o convite para a sua exposição de fotográfica: seu olhar particular sobre o mundo através dos cliques em viagens, das pessoas que ama e do universo todo particular pelo qual transita. Acho bárbaro ela ter essa experiência de sair de frente das câmeras e voltar o olhar sensível que tem para as sutilezas que nos circundam. Eu vou, eu vou, eu vou. Espero vocês lá!


26.10.11

Axé!

Foto: Bigo Phtographe



amplo
amplexo

espaço
vasto
complexo
ocupa
abrange

rico
copioso
extenso
largo

grande
compressão
abundante
fusão
constante
amplo
amplexo
amor 
sem sexo

FunQ.I

Marcelo Adnet mostra que ironia tem o seu lugar:


(qual a diferença entre o charme e o funk...)

Qual a diferença entre o Lutero e o Kant? 
Um é Iluminista e o outro é Protestante


(ô simpático, para de bota caô)
Catedrático, "bora" discutir Foucault!


(...sentado no meu quarto o tempo voa, lá fora a vida passa e eu aqui a toa...) 
Sabe aquele dia que a poesia toma conta de mim, assim
Rima rica e os decassilabos até o fim.
Lendo no meu quarto Fernando Pessoa, queridinho do
Harold Bloom, melhor de Lisboa
Fígado com vários furos, alcoolismo foi sério, foi
parar no cemitério,
pamparamparamparam, Pessoa, paramparam, Fernando,
paramparam, Pessoa.



(ela está descontrolada)
Ela le, ela escreve, elas dão uma rimada, elas estão
poetizadas!(2x)



(Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci)
Eu só quero é ser feliz, comprar a coleção toda do
Machado de Assis, e poder me organizar, na minha
prateleira os "nacional" tem seu lugar
Eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, como de
Assis, e poder me organizar, na minha prateleira os
"nacional" tem seu lugar.



Já cansada de Picasso, eu quero algo mais legal, eu
quero é Dalí, porque Dalí é surreal, surreal, surreal,
surreal, surreal, porque Dalí é surreal. 

25.10.11

Deles


Apagar-me



Apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme.

- Paulo Leminski

Frente e Verso





'Taí uma capa ousada e de bom gosto. 
A Revista Flaunt trouxe a "back face" de James Franco.
Só uma coisa a dizer: 
- "Bela bunda, meu rapaz!"

24.10.11

Devaneios

Olho para a janela e me pergunto:
- Quem é ela?
- Sou eu, invertida.

Vale a pena vencer obstáculos internos



Achava que a minha questão com a direção era um fato absolutamente banal. Até perceber que muita gente acompanha as histórias de evolução no trânsito e comentam comigo. Outras, acabam espelhando essa fobia em dificuldades de outra natureza e encontram nos relatos a certeza de que é possível vencer seus medos. Por isso não deixo de fazer os meus relatos.


Dia de aula. Eu com uma preguiça que parecia vir de outro planeta. Fui. É parte do programa ir às aulas, afinal. Já estou dirigindo o meu carro e me sinto muito tranquila ao volante. Acontece que ainda tem muito chão na estrada do aprendizado. Só saio nos fins de semana e mesmo em dias mais tranquilos, sinto que ainda me falta prática. E eu não vou me furtar a nenhuma das lições. Mereço fazer alguma coisa até o fim por mim.


O AT que me acompanhou hoje era novo. Gente boa demais. Fomos fazer uma espécie de nível dois de ladeira. Só no freio motor. Pé no pontinho da embreagem e uma partida perfeita na ladeira, assim que o sinal abriu. Claro que celebrei no carro. E percebi o óbvio: quando você fica muito feliz, as pessoas em volta se contagiam. Premissa testada e aprovada: o sorriso é mesmo contagiante.


Volta para a clínica-escola. Caminho bem cheio, horário do almoço, praticamente. Um ônibus me dá uma cortada violenta, me obrigando a parar na pista para deixar que ele passasse. Tranquilidade em executar a ação. Só que o ônibus de trás, achou que faria o mesmo. Além de tentar me fechar, ainda empurrou o meu carro contra o meio-fio. Era ele ou eu. Fui eu. Era minha vez, oras! Que gente folgada! Empinei meu bumbum, estiquei o pescoço e passei acelerando. Logo atrás, ele tentou imprensar mais um carro. Só que este, um táxi, estava parado na pista, com o pisca-alerta ligado. O ônibus quis passar sem poder. Resultado? O taxista ficou sem espelho e um pedaço da tinta do carro certamente deve ter enfeitado a lataria do coletivo.


Eu me pergunto: por que as pessoas ficam tão furiosas no trânsito? Por que essa necessidade de cortar o outro para passar primeiro a qualquer custo? O que alguns segundos a menos representaria na vida de quem sistematicamente faz essa escolha? Eu não entendo. Sei que a direção muitas vezes é a poção que transforma gente calma em doidos varridos. E percebo que assim como o sorriso é algo contagiante, o estresse também é. Como tem gente irritada, sem educação, que buzina sem a menor necessidade, que não cede a vez. Acabou a gentileza.


Por fim, notei outras coisas também. Pedestres são folgados. Quando voltei a dirigir, confesso, me tornei uma pedestre mais consciente. E quando a direção de um carro passou a fazer parte da minha realidade, mesmo que ainda de forma tímida, eu me tornei uma pessoa mais arrojada, confiante e decidida. Mesmo que essas virtudes também apareçam de forma tímida na minha personalidade. O ganho tem sido global. Vale a pena vencer seus obstáculos internos.     

23.10.11

Faces

22.10.11

Dever de Casa

 A Má Notícia por Belmiro de Almeida 
Arrufos (1887) por Belmiro de Almeida



The book is on the... Bedroom!

Depois de um dia exaustivo de trabalho, fico imensamente feliz de chegar em casa e acomodar na estante os livros que fatalmente passam a morar aqui em casa depois de cada trampo como o de hoje. Na lista:


# Pé de Página Para Freud
# O Grande Dicionário de Sonhos
# Ele diz sim, Ela diz não
# Quando Paris Cintila
# De Perto Ninguém é Normal
# O Livro Secreto do Banheiro Feminino
# 59 Segundos
# Cavala
# Tamanho Não Importa


Claro que eu fico em êxtase, mas esses vão me esperar muito ainda, bonitinhos em seus lugares na estante do quarto. Ando uma leitora relapsa. Só a Física Quântica para explicar a sensação real de que meu dia tem menos de 24 horas. Muitas atividades prazerosas acabam ficando para escanteio. Ainda leio muito, mas não por puro deleite da alma. O foco é no intelecto. Minha musculação neural.


***




Só hoje me dei conta de que faz séculos que eu não escuto um CD inteiro. Minha prática é rádio ou internet. O ato de comprar um CD e escutá-lo inteiro no player não me pertence desde 2002. Ainda tenho alguns poucos em casa, mas não fazem mais parte da minha realidade. Que curiosa essa mudança. O estalo me deu agora, porque a formação de um novo hábito - que de certa forma viesse se sobrepor ao outro - aconteceu de forma muito natural.


Mas ainda sou fã do DVD. Não os compro, em geral, alugo. Nunca vi um blu-ray. Nunca tentei usar o sistema do NetFlix. Entretanto, a locadora fixa, deixou de ser um espaço real para mim desde 2007, mais ou menos, quando passei a receber os filmes em casa ou no trabalho, através de um representante semanal da locadora com a sua mala recheada de alegria. 


O tempo não pára. 
O desejo é que as ideias (sobre si, o outro e o mundo) evoluam em conjunto.

21.10.11

Essa semana...

Essa semana... Eu escrevi um pequeno editorial para o boletim da igreja. Fatos estudados na faculdade que acabam por repercutir na vida cotidiana:

“Pecado é você não fazer do amor a opção radical da sua existência.”
- Teólogo e padre José Comblin no livro “Vocação Para Liberdade”.

   A encarnação de Deus através de seu único Filho, Jesus Cristo, nos mostra o quanto o Pai valoriza e ama a humanidade. Sua vinda deu-se em uma sociedade concreta e sua missão é a continuidade do Projeto de Salvação revelado por Deus desde o Antigo Testamento. Jesus radicaliza o que havia sido anunciado por Deus, não em relação à mensagem que foi transmitida, mas com efeito na interpretação e consequente ação daqueles que interpretavam a lei pela lei e afastavam o homem do real significado do projeto: o amor.

   Cristo centra o seu ministério entre os pobres, os excluídos e os marginalizados; os que não tinham acesso, voz ou vez na sociedade da época. Era necessário o equilíbrio entre as partes para que a mensagem fosse plenamente compreendida por todos. Mas Jesus não veio apenas para os desfavorecidos. Veio “para todos quantos o receberam”, sem fazer diferença ou distinção entre os seres humanos. A condição social não é computada, mas sim a motivação do coração. Ele veio trazer vida a toda criatura. E “vida em abundância” significa uma nova relação com o transcendente e também com o próximo. Esse é o simbolismo da cruz: relação com Deus (vertical) e relação com o próximo (horizontal).

   O Reino de Deus começa na Terra, quando aqueles que O seguem passam a fazer diferença diante das práticas - principalmente as farisaicas e ortodoxas radicais. A lei não foi desfeita, mas radicalizada através do verdadeiro sentido da palavra amor. O amor está acima da lei. E através do amor, só dele, as relações se transformam. A morte não foi um fim, mas a garantia da continuação do Reino do Filho do Seu Amor num outro plano. Mas somente para aqueles que  creem no sacrifício de Jesus e “fazem do amor a opção radical da sua existência”.

- Bia Amorim

Denúncia 2

Olha, vou te contar!
Grrrrrr
Tá ficando complicado não levar uma vida de "desconfiado profissional".
Um primo chegou ao aeroporto Santos Dumont e pegou um táxi até a minha casa. 
A corrida daria NO MÁXIMO 20 reais e ele pagou 40 PAUS.
A vergonha ficou tão flagrante, que ele pegou um táxi no dia seguinte em direção ao Riocentro, do outro lado da cidade, mais que o dobro de tempo no carro, e pagou 39 reais.

É por essa e por outras que a todo momento a gente se pergunta: o Rio de Janeiro está mesmo preparado para os eventos internacionais? Nope! #Vergonha alheia feelings

Sexta!


20.10.11

DENÚNCIA

DENÚNCIA

Estou FURIBUNDA da vida!

Fui jantar com uma colega que está deixando o trabalho.  Pedi uma saladinha, mas não queria apenas ela. Olhei o cardápio, mas só havia porções grandes para mim. Chamei o garçom e perguntei se eu não podia escolher meia porção do bolinho de aipim com queijo. Ele disse: é claro. E nada mais disse.

Veio a conta.
Uma porção inteira do bolinho = 16 reais
Meia porção do bolinho = 10,50 reais

Oe?
Achei um absurdo e reclamei.
O gerente achou um absurdo eu reclamar.
Disse que era muito comum em vários lugares a meia porção ser cobrada até com 70% de acréscimo.
Oe?
Oe2? Ele não deveria ter me avisado ANTES?
Eu poderia preferir pedir a porção inteira e levar o que eu não consumisse para casa, não?
Oe3? 10% de 8 reais (meia porção de bolinho) seria 80 centavos. 3X 0,80= 2,40 reais. Ou seja, ele estava me cobrando 30% a mais em cima do valor da meia porção. OU quase 20% em relação à porção cheia, que no fundo, não foi o que eu pedi!
Oe4? Se eu não faço questão da nota fiscal, ele ia levá-la de volta!!!!!!

OU SEJA:
Não é o dinheiro, mas a sensação REAL de estar sendo passada para trás. E de nem poder esboçar indignação, porque o gerente bate pezinho!

RESULTADO:
Não volto mais ao RESTAURANTE DOIS EM CENA DO RIO SUL.

Se não mata, fere

Foto: bruce weber


"Ah, quanto querer cabe em meu coração!"


Gosto dessa frase, porque traduz parte de mim nesse momento. Parte de nós em fases da vida. Não falo de amor, mas do tanto que a gente quer e não consegue realizar. Por vários motivos, aliás, falta de tempo, falta de grana, falta de saúde, falta de oportunidade, falta de empreendedorismo. Quero mais do quem posso, mas isso não cerceia nem meus sonhos e muito menos a minha liberdade de desejar mais. Não dou conta do que a vida programou para mim nesse momento, mas há tanto querer e bem-querer no meu coração, que há de explodir para algum lugar. Que exploda em realizações e aquisições benéficas. Que eu possa repartir o fruto do meu querer conquistado com muitos, por amor ou por caridade. Simplicidade é algo tão raro nos dias de hoje. Artigo de luxo.

"Quero sua risada mais gostosa, esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa"

"Quero que você me aqueça nessa inverno"

"Quero a ternura de mãos se encontrando para enfeitar a noite do meu bem"

"eu so Quero um amor / que acabe o meu sofrer"

"eu quero ir embora, eu Quero dar o fora e Quero que você venha comigo"

"Quero um amor maior, amor maior que eu"

"Quero me enrolar nos seus cabelos, abraçar seu corpo inteiro, morrer de amor, de amor me perder"

"Quero te encontrar, quero te amar, você pra mim é tudo, minha terra, meu céu, meu mar"

"Quero uma lua plena /  Quero sentir a noite /  Quero olhar as luzes que teus olhos não me têm deixado ver"

"eu Quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar"


Então, olha quanto QUERER cabe em meu coração?

Li por ai

As coisas que se repetem na nossa vida devem estar querendo nos trazer algum aprendizado. Analisar as atitudes tomadas em cada situação vai gerar um conhecimento sobre isto. É tempo de prestar atenção nas “meras coincidências” da vida 
- Cláudia Lisboa

18.10.11

Bla bla bla



Pane criativa total. Ansiedade em alta. Procrastinação idem. Semana cheia. Desejos vazios. Trabalhos em vista (graças a Deus!). Livros que se avolumam na estante. Pilhas de trabalhos "escolares" a serem entregues crescente. E agora, tenho tarefas diárias para executar no carro [mais um capítulo de como transformar a boa selvagem em motorista]. Nope. Tosse foi embora. Resfriado chegando. Hóspedes também. Frio que vem. Frio que vai. Muitos cupons promocionais para restaurantes. Quilos que vem. Quilos que não se vão. Gosh!. Até que os dias não soam iguais, quando colocados no papel.


Ando desmaiando de sono e cochilo em qualquer lugar que encosto. Professor Xéu uma vez me ensinou uma técnica de como dormir em pé no metrô. Diz ele que é segura, embora já tenha acordado ajoelhado no meio do vagão. Hoje eu a coloquei em prática. Prova de que nenhum ensinamento, no fim das contas, é de se jogar fora [alguns beeeeeem no fim das contas mesmo]. Não estava de pé, mas fiz um gancho com o braço no ferro lateral para não deixar que o corpo fosse levado ao sabor das freadas do vagão. Também evitou o efeito "periquito no poleiro", aquele movimento de ficar com a cabeça para frente e para trás sem controle, exibindo claramente que você dorme, sem disfarces.


Chego aos compromissos com olheiras e pálida. Pumft!


Diego me emprestou um livro que há tempos eu desejava: "A Arte da Guerra", de Sun Tzu. Já li "O Príncipe" de Maquiavel. Tenho a impressão de serem parecidos. Impressão mesmo, porque mal pude folhear a obra, que Morfeu cutucou meus ombros e eu me entreguei. 


Coisas interessantes que eu anotei na Oficina de Texto Narrativo hoje:
* Palavra puxa palavra
* Deixe fluir o inconsciente
* Faça o exercício de livre associação de ideias
* Deixe os labirintos no texto para que o próprio leitor entre e feche
* Leia as entre-linhas e os não-ditos
* Você nunca tem o texto pronto no primeiro ato
* Escrever é disciplina, assim como ler é um hábito
* A escrita comanda as suas ideias [minha preferida :)]
* Se aprende a escrever, escrevendo e não pensando na morte da vaca.


Meu pensamento ta fazendo: muuuuuuuuuuuuu!  

17.10.11

Deles


Malu Valdetaro ao reconhecer sua primeira orquídea

"Pecado é você não fazer do amor a opção radical da sua existência" 
- José Comblin em "Vocação Para Liberdade".

Ouvi essa frase hoje. Anotei com cuidado no meu bloco. Ela resume bem o que é viver. O que deveria ser. O amor é plural, porque é impossível você amar sozinho. Para amar, você precisa de alguém ou algo para devotar o sentimento. O amor é o princípio de tudo. O amor é relacional.

Ouvi e vi


AC me disse que a sogra dela está viciada em sites de compra. O problema é que o marido veta todas as promoções "imperdíveis". AC me disse que apresentou o BibideBicicleta para ela, que seria leitura prazerosa, delicada e bem mais divertida. #Já posso parar de sorrir?

***
Falar em sites de promoção e compras coletivas... A Onça comprou uma dessas escovas para hidratar o cabelo. Não havia sido nem a primeira vez que ela faz o tal tipo de escova e muito menos a primeira vez que ela havia comprado nesse tipo de promoção. O que mudou foi o salão. Nesse último, tentaram "vender" o serviço com o produto diluído [sem avisar, é claro]. Atenção para vocês não levarem gato por lebre. Ou melhor, jaguatirica por onça. Uma reclamação em bom tom [ameaça de processo] resolveu a questão: o produto aguado desapareceu na cartola e o creme certo surgiu como mágica. #Não somos palhaços. [Meu respeito à categoria].

Agora uns amigos estão tendo problemas com uma operadora de viagem. Cerca de 12 pessoas compraram o pacote e marcaram TUDO como manda o figurino, mas a operadora rompeu com o site de compras [faltando menos de um mês para o embarque], repassando o preju para o cliente. Eles correm o risco de ter a viagem cancelada. Oe? #Isto é Brasil.

I left my heart...


Vc* esqueceu uma coisa aqui comigo. 
Vem logo buscar?

Fim de semana de festa na companhia de amigos tão queridos, celebrando a felicidade de quem se gosta [e merece todo amor que houver nessa vida] e aprendendo que sempre existe amor para recomeçar. Faltou pouco para ser perfeito. Humor 10. Drinks 0. Eu fui e voltei dirigindo sem o menor constrangimento [feat. medo]. Vestido novo, bordeaux e curtinho. Valet segurando a porta do carro para me esperar colocar a sandália de salto. Eu mesma ri da cena. Casamento que é bom, estende sua celebração para o dia seguinte: amo bem casado [bem feito]. Amo a ideia de levar para casa um[uns] docinho[s] simpático[s] e glam ao invés das antigas lembrancinhas de porcelana, do tempo da pedra lascada [sorry periferia]

14.10.11

As Telas

"Auto-retrato" de Frida Kahlo
"Monalisa" de Leonardo Da Vinci
"Guernica" de Pablo Picasso
"Os Girassóis" de  Vincent Van Gogh

"O Grito" de Edvard Munch

Grandes telas na tela


"Abapuru" de Tarsila do Amaral

Sempre fico fascinada quando alguém diz: “estou num curso de história da arte”. Não é a minha. A arte  é um mistério, tenho poucas referências e incursões pelo tema. Ao mesmo tempo, admirar um belo quadro é um deleite [o conceito é muito maior, mas vou me ater aos quadros]. Não sou daquelas que se prende a detalhes mínimos para chegar ao sentido do todo. Mas o “todão” me causa enlevo. E um grilinho de curiosidade.

Já falei de Botero aqui mais de uma vez. Postei “O Grito” de Edvard Munch, que adquiriu status de ícone cultural assim como a “A Monalisa” de Leonardo Da Vinci, certamente o mais famoso de todos. Certa vez, uma viagem pelo MNBA tornou o universo de Monet menos oculto. E passei por ele, anos mais tarde, quando narrei sobre os Jardins de Monet em uma matéria. Até me arrisquei – num ímpeto - a citar Wassily Kandinsky por aqui. Mas o meu repertório é básico. Nos contemporâneos então? Andy Warhol, o inesquecível “Rex” de Angelo de Aquino, as maravilhas de Beatriz Milhazes e o colorido do celebrado Romero Britto. Deles também já falei.

O que não quer dizer que vez ou outra não me desperte o desejo genuíno de agregar novos conhecimentos à lista. O ato de pesquisar nos acorda para coisas que já haviam passado pela nossa vista, mas adormeceram na mente. Tive uma cadeira de Estética na Faculdade que na época me dava sono. Tolos anos mergulhados na ignorância do instante. O valor era o imediato. 

Durante um planejamento de viagem, me dei conta de que o “Abapuru” de Tarsila do Amaral, talvez o mais famoso quadro brasileiro, vive abrigado num museu da Argentina. Ó dor. A obra pertence a quem compra. E é uma ironia eu lamentar a venda do “Abapa...” [para os íntimos], e celebrar como um gol um quadro de Beatriz Milhazes ter sido vendido por mais de um milhão de dólares, em 2008. A obra de 2001 chama-se “O Mágico” e foi arrematada em um leião na Sotheby’s de Nova York, na época um recorde para um artista brasileiro vivo.

Pensando bem, a gente sempre sabe alguma coisa de Frida Kahlo e seus auto-retratos. Fico feliz toda vez que vejo “Os Girassóis” de Van Gogh [ou “O Quarto” ou sua deliciosa “Noite Estrelada”] e me arrepio com loucura estética do surrealista Salvador Dalí. Não posso deixar de abrir sorrisos para as bandeirinhas de Volpi. Queria ir à Madri ver o painel “Guernica” de Picasso, mas até hoje só tenho uma foto da estátua dele, quando visitei o Museu de cera Madame Tussauds [quá, quá]. Quem sabe ainda não verei de perto o que Michelangelo aprontou no teto da Capela Sistina? Espero pela chance e, mais, que dê tempo. Ainda que o homem tente preservar, é ele quem também destrói. A natureza muitas vezes nos lembra que a Terra é viva, e através de seus movimentos gera destruição instantânea.

Agora vou pesquisar sobre o belo nascido das mãos de homens como Velasques, Renoir, Klimt, Rembrandt, Cézzane e outros que pouco sei. A vida é múltipla e tão colorida aos nossos olhos [e os artistas nos ajudam nessa tarefa]. Basta uma inspiração para mudar o seu ambiente. Como esses e outros fizeram. Como nós podemos fazer. 

12.10.11

12/10/2011


Feliz 12 de Outubro para quem não deixou a criança que foi um dia morrer dentro de si

Sonhos não são planos como quando escritos no papel



Queria que a minha casa tivesse uma daquelas poltronas fofas, maravilhosas, que te abraçam e embelezam o ambiente. Se pudesse, com um objeto de design, sem abrir mão do conforto. Geralmente a beleza de um item de arte nem sempre está intimamente ligada ao conforto desejado. Minha poltrona serviria para que eu pudesse, em climas como o de hoje (nem quente e nem frio), colocar bem perto da janela e ler sob a luz tímida do sol. Delírios... 


Moro em um lugar que é entulhado de reminiscências. Coisas que vão chegando e ficando sem ordem natural. Encontram o seu lugar e resistem a sair ao sabor do tempo. Se opõem também à estética do meu olhar. Nada de miudezas. Objetos que ocupam espaço na mente e na lembrança de quem importa da porta para dentro. 


Minha poltrona "must have" não cabe em lugar algum com a dignidade que meu pensamento a devota. Muito menos perto das janelas, onde ganharia a liberdade que cabe aos meus devaneios. Gosto de olhar o céu. A cor do dia. O brilho da noite. Desejei tanto isso hoje e venho desejando há algum tempo, na realidade. Pensamento teimoso e nada ranheta. Desejo que me aquece. Talvez o espaço para o sonho seja o melhor lugar para se arquitetar nossos delírios tridimensionalmente. Sonhos não são planos como quando escritos no papel. Eles chegam a quase ganhar textura. Tamanho os detalhes da minha criação em planos oníricos.

Deles

"Se cada uma das pessoas do passado 
conta um pedaço da nossa vida, 
há vários pedaços de mim que se perderam" 
- Ivan Martins

11.10.11

Poema


Palavras viciam
Beijo na boca também
Gosto de ganhar livro
Abraço também
Gosto de comer fora
Dentro também
Gosto muito de falar
E do silêncio também
Gosto dos dias em que estou cabeça
Mas hoje estou bunda...

Poesia 2 e A História de Paul e Linda


Ondas que vem e vão
Barco que parte sem direção
Velas que o vento leva em tufão
Versos que conduzem a emoção
Trocas de olhares ativos 
Marcado o encontro furtivo
Eu louca para viver sem perigo
Um claro momento consentido


***
A história de Paul e Linda



Letras que se encontram
Linhas que se cruzam
Mensagem que se trocam
Palavras que se usam
Intenções que se acusam
Momentos de apreensão
E-mails se recusam
E-mails que se dão
Meias palavras lançadas
Acelera o coração
Palavras inteiras usadas
Vai surgindo a emoção
Telefones trocados
Tudo vai começar
Lugar marcado
Eu fui te encontrar
olhares vidrados
mãos que se tocam
abraços apertados
bocas que se provocam
Corpo que se contrai
Preguiça mentirosa
Fogo que entra e sai
Uma pegada gostosa
Beijos mais urgentes
Encontros furtivos
Línguas ardentes
Poemas criativos
Cinema a tarde
Sentados no jardim
Convite que arde
Seu corpo assim
Encontro encantado
Roupas pelo chão
Beijo caprichado
Acelera o coração
Novas mensagens
Encontros febris
Falando bobagem
Mexendo os quadris
Agora tudo é calma
Ele quer tranqüilidade
Ela quer a alma
Eles querem felicidade.