9.1.12

Já vai se enfiar na caverna, Platão?

Dois dias depois da volta da nossa viagem, minha Mãe reclamou:


- Já vai se enfiar na caverna, Platão?




Eu parecia um urso em estado de hibernação. Confesso, é verdade. A questão é que saímos do sítio antes das 15 horas, chegamos na rodoviária às 16 horas e perdemos o ônibus das 17 horas. Isso mesmo. Falta de comunicação da companhia, que nos realocou no próximo ônibus, em outra cidade, no executivo das 23 horas (surreal). Foi voltar para o sítio, lanchar e já estava na hora de seguir para o novo destino. Uma noite inteira de viagem tumultuada, com paradas em várias rodoviárias (cata-coco) e uma paralisação chatíssima devido à batida de uma carreta. Chego em casa, sã, salva e com o traseiro quadradíssimo, por volta das 7 AM. Era natural esperar que eu passasse o dia em estado vegetativo, né?. Virei um ora-pro-nobis*. 


*vegetal famoso em Sabará, MG, rico em vitaminas, fibra, clorofila, cálcio, ferro, fósforos e antioxidantes. Quase o Danoninho da horta!.



Mas... Confesso que a minha casa anda sendo mesmo meu paraíso e minha prisão. E como em tudo na vida: é preciso equilibrar essa equação para todo o resto funcionar. A ironia é que quando eu era pequena, meus pais reclamavam que eu era "rueira". Tava sempre na casa de alguém ou correndo pela rua com os amigos. Sem saber onde eu havia me aboletado, meu Pai inventou uma maneira de me encontrar. Nós criamos um assobio (o dicionário também aceita assovio) de família. Hoje eu penso que eu voltava para casa tal e qual um cachorrinho, ne? hahahhahahaha Mas os pais dos meus amigos até fizeram umas adaptações para os filhos deles! #Minha Família Buscapé


***
Domingo -   Gosto de pessoas que são absurdamente inteligentes, que possuem um sem número de diplomas, que ao longo da vida conquistaram postos, cargos, acordos importantes, pompas inerentes ao cargo, conheceram pessoas ilustríssimas, pisaram em solos sagrados e salas secretas... E permanecem extremamente simples. Reverendo Guilhermino Cunha, meu pastor, é assim. Fazia tempo que não o via e nos reencontramos numa cerimônia em outra igreja, com pessoas que não nos eram cotidianas. Cheguei perto dele e mandei:


- Faaaaaaaaaaala Guiga! - e recebi um abraço muito efusivo de volta, uma alegria única, um minha querida que só ele sabe dizer. Só que eu nunca me refiro a ele assim, como Guiga! Bem, não na presença dele. Ato falho total. hahahahahaha E olha a grandeza de lição contida num lapso, digamos assim!?

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