27.3.12

nos arrogamos poderes perigosos



Amigo meu estava escrevendo e fez uma reflexão que me chamou atenção. Era algo mais ou menos assim: "quem não toma partido, fortalece um dos lados, o mais forte". Gosto de ter opinião sobre as coisas, mas acho chata a necessidade compulsória, a obrigação de se ter uma opinião sobre tudo. Dessa forma nos arrogamos poderes perigosos, que não temos. A sabedoria é sempre um bom princípio nesses casos. E ela nos ensina que há hora de falar e hora de calar também!


Falo isso, porque dois casos se uniram em meu pensamento essa semana. Não se falou outra coisa nos meios de comunicação - até na rádio-corredor e mesas de bar - que não passasse pelo caso Thor Batista. O filho do Homem Mais Rico do Brasil, a nossa versão de Riquinho Tuniquim atropelou um sujeito na estrada. Ninguém deu o benefício da dúvida ao caso. O moço rico com carro possante não pode levar a melhor sobre um pobre coitado que trafega de bicicleta e sofre para ganhar a vida. Não estou aqui ponderando sobre quem está certo ou quem está errado. O meu choque é perceber o quanto tem gente que é absurdamente precipitada em julgar. E isso é um perigo. Tomam partido guiados pela emoção e não pela razão. Pelo histórico e não pela história. 


O segundo caso, foi a história do Rafinha Bastos X Wanessa Camargo. Foi uma mistura de estações sem fim, que só fomentou disse-me-disse. Ouviu-se todo tipo de gente a acusar e defender (interesses, muitas vezes). Existem piadas de mal gosto? Claro! Aqui também não é uma questão de quem está certo e quem está errado, mas o que fizeram diante de um impasse. Não ouviram o outro lado. Pegaram o cara da piada grosseira para servir de mártir diante do politicamente incorreto. Mas de bobo da corte esse moço não tem nada e ele provou que é a inteligência e o caráter que devem se sobrepor diante das adversidades. O humor só funciona assim e só existe de verdade entre as pessoas que sabem rir dos outros, mas principalmente de si mesmas. Ótima entrevista que ele deu para Marília Gabriela (aqui).


Ter opinião sobre as coisas é ótimo. Fundamental para o exercício da cidadania. Ter pressa em julgar é como apontar uma arma, qualquer hora ela dispara e pode ser no alvo errado. 

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