4.9.12

o necessário abraço e o reconfortante cafuné

 
Liguei hoje para uma amiga minha. Triste após uma briga familiar, ela estava afogando as mágoas na Livraria da Travessa. Entre lágrimas, livro e Capuccino, um momento de consolo. Achei bonita a decisão dela. Chique na simplicidade... Queria fazer o mesmo no dia de hoje. Dia cinza, digamos.

Então, me perguntei: o que eu faria se visse um desconhecido ao meu lado chorando? Não importa muito quem é a pessoa, como é difícil ver um semelhante chorando sozinho, sofrendo ilhado! Mas há circunstâncias que é só disso que a gente precisa para desabafar a dor: um local tranquilo para chorar e pensar. As praças estão a cada dia mais proibitivas, seja no Rio ou em qualquer cidade grande, por motivos de segurança.

Naquele momento íntimo de desabafo, às vezes o outro é apenas um coadjuvante. Nem sempre precisamos de alguém a todo momento. Mas sei que chegará um momento em que quem chora vai então precisar de uma mão, um colo, uma palavra terna, um olhar. Autosuficiência na dor muitas vezes vira martírio e cristaliza os sentimentos paralizando o bom fluir da alma.

Há realmente tempo para todas as coisas. Há tempo de chorar sozinho. Há tempo de ser abraçado. Que tenhamos sempre braços dispostos para o necessário abraço e o reconfortante cafuné. 

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