14.4.14

Lá vamos nós!

Demorou um pouquinho, como todas as coisas que eu não gosto muito de fazer, mas preciso. No entanto, levei menos tempo do que imaginava gastar. E, surpresa TOTAL, consegui ser resumida no ato de fazer as malas! 

Sim, meu povo! Lá vou eu outra vez com destino ao aeroporto. Desde que inventaram as milhas e a casa dos amigos, nenhum lugar mais me pareceu assim tão impossível. Esse, no entando, é repeteco, tripeteco... Mommy vai comigo, o que me renderá bons relatos. Aos 78 anos, ela me disse que fazia questão de andar de Montanha Russa - pela perimeira vez. Faltam poucas horas para o embarque e ela ainda não amarelou. Oremos!

Chove muito no Rio de Janeiro. Lá também chove, a diferença é que está frio. O que me deixa ainda mais orgulhosa da mala petit. De pouco adiantou dessa vez, porque botei a mala média dentro da grande e vou despachar assim. Não há a menor possibilidade de eu comprar uma mala nova para trazer cacareco, caso eu resolva comprar algo. O que é totalmente possível. 

Assim que eu chegar ao quarto do hotel, posto uma foto. Vai ser extremamente fácil adivinhar onde estarei! Para os que ficam, meu beijo e gratidão eterna pela visita. A madrugada será minha estrada! 3... 2... 1... Sim, ainda estou nervosa! Beijo!  

13.4.14

frase






"Conhecimento se adquire, 
inteligência se desenvolve, 
mas sabedoria não é coisa 
que se compre ali na esquina" 
(Bia Amorim)





As não escolhas e o imponderável: a arte de ter sopro de vida



É claro que o imponderável sempre está e estará presente nas circunstâncias da vida, mas sempre pensei que a nossa realidade, ou seja, aquilo que estamos vivendo e a maneira como nos sentimos é fruto tanto das nossas escolhas - as certas e as erradas -, quanto fruto em especial daquilo que deixamos de escolher. E por deixar de escolher, reafirmo, não quer dizer as escolhas que por venturam tenham sido feitas erradas. Falo de omissão e insisto na questão de deixar que a "vida", o "acaso" ou as pessoas tomem a decisão por nós em virtude do medo, descaso, abandono, precipitações, dúvidas, desassossegos, preguiça ou qualquer mistério que o valha. 

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Ao fazermos as nossas escolhas, temos que lidar com consequências quase sempre lógicas e um pouco mais previsíveis; fruto de análises frias, estatísticas, sistemas de coordenada espaço-tempo, causa-consequência, lógica, por fim, voltando a ela... Contudo, voltando sempre ao aspecto inicial do texto, que cita o imponderável como raiz - a quem podemos chamar de sorte, acaso e ação de Deus, além, escrito nas estrelas, o grande mistério.

Mas... Ao deixarmos de fazer uma escolha - em função de um sem número de situações já ditas ou por nos agarramos à confiança (besta) de que é mais fácil, simples ou seguro lidar com aquilo que já é conhecido ou sentar no meio do caminho e esperar pelo raio que vai te partir ou indicar uma direção -, na verdade é que evocamos para juntos de nós portas, caminhos, destinos quase insondáveis e que acontecem no paralelo da nossa existência e nos coloca fora do centro da nossa vida, não como autores de sonhos e vontades, mas marionetes de desejos, ações, casos e descasos de terceiros. Tiranismo. 

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Talvez, escolhendo certo ou errado, os dados estão e estarão sempre rolando pela mesa e você é parte integrante do jogo. Ao deixar que os outros escolham por, você é apenas observador da ação, que sofre a consequência, mas não saboreia nenhum tipo de louro ou premiação ao fim do processo... Joguete. Marionete da história escrita no livro de terceiros. Sombra. Quem quer viver de sombra?

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Por ter escolhido (se sim ou se não à uma das questões que movem à existência), abraçamos as consequências conhecidas, mas podemos viver expectativas diferentes das emoções investidas. E temos sangue nas veias, sopro nas narinas, inteligência emocional e racional para isso, oras! E por não ter que escolher ou não querer ou não ousar, (você) eu acabo me esvaziando de mim mesma... Até que um dia não sobra mais nada. Nem a sombra, que também se esvai.

Quem quer ser apenas um fiapo daquilo que já foi? Deixar de escolher é algo que se move no plano racional? Quem tem tempo de pensar para dentro de si, se o que nos exige e consome do lado de fora é muito maior que nossa capacidade de auto-análise? Se não há tempo para si, talvez não exista muito mais vida nas veias. Se ainda dá tempo, talvez ainda tenhamos o sonho para nos lembrar. POr que quem não tem tempo de pensar em si e precisa, acaba acordado, mexido, sacolejado pelo subconsciente. Que grita. 

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Como definir algo metafísico? 
E ainda destituindo o imponderável desse sistema? 

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“Expecting the world to treat you fairly
because you are a good person
is a little like expecting the bull not to attack you
because you are a vegetarian.”
Dennis Whole

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É nessas horas que me questiono sobre plantar o que semeei e colher o que plantei. E ainda ter que lidar com o que não escolhi e o imponderável... Viver é um mistério, mas ainda prefiro tentar ser o ator principal do script da minha vida e me divertir durante o espetáculo e deixar que a plateia seja coadjuvante e Deus, porque a fé é parte indissociável da minha existência, esteja através do imponderável.