24.6.14

Onde vocês estava, quando...


No começo da Copa, o Fantástico fez uma matéria legal sobre pessoas que nasceram nos dias em que o Brasil estava levantando o caneco. E a reportagem lançava a pergunta: “você lembra onde estava quando o Brasil ganhou a Copa?” Eu a-d-o-r-o ficar lembrando onde estava em momentos especiais da história. Parece que não estou sozinha nessa! Então, resolvi mexer no baú da memória e resgatar algumas dessas lembranças. Quem sabe você não faça o mesmo?

Começando pelas Copas do Mundo, vi a de 94 e a de 2002. Na final da primeira, estava na casa da minha tia e lembro bem que uma vez que fomos para os pênaltis contra a Itália, a sala ficou vazia. Ninguém mais acreditava que era possível. Eu amava futebol e confiava no Taffarel. Entre ruídas de unha e mãos na frente do rosto assisti a conquista. Dois torneios depois, o sabor foi ainda mais especial. Morava nos Estados Unidos e torcia pelo Brasil pela ESPN junto com um grupo de mais de 30 jovens. Fuso confuso, as partidas nos faziam madrugar e vibrar e a final foi eletrizante, com Ronaldo Fenômeno se consagrando frente à seleção. Ganhamos e os amigos foram com a bandeira brasileira andar na montanha russa mais alta do parque de diversão onde estávamos. Comédia!

Momentos tristes também marcam. Lembro que assisti a queda da segunda torre gêmea, de NY em 2001, da faculdade. A gente achou que era o início da terceira guerra mundial. Algo parecido deve ter sentido a geração que viu Kennedy ser baleado. Estava na escola, quando falaram da morte de Renato Russo e ensaiou-se uma paralisação das aulas. A internet não era uma realidade e dessa maneira, as informações eram bastante desencontradas. Imagino o mesmo sentimento para quem soube do assassinato de John Lennon em 1980. Todo mundo que gosta de música deve lembrar de onde estava nesse dia, né?

Eu não tenho filhos, mas jamais vou esquecer de quando meu irmão ligou dizendo que minha sobrinha nasceu ou do dia em que a conheci. Ou quando minha mãe ligou e disse que “papai já está com Jesus”. Estava voltando de uma matéria, engarrafada na Lagoa Rodrigo de Freitas. Um lugar tão lindo, para uma notícia tão triste.

Há casos mais pitorescos. Exemplo? Quando houve o sequestro do ônibus 174, estava no meu quarto lendo, quando minha vizinha veio pedir oração pelos passageiros. E assisti à votação do processo de Impeachment de Fernando Collor sozinha na saleta de casa. Ainda não existia para ver a façanha do homem pisar na lua – Neil Armstrong em 1969 – mas acompanhei o desfecho do sequestro do Silvio Santos (antes teve o da filha, Patricia Abravanel) em cadeia nacional em 2001. O homem do baú dominando o horário nobre da Globo. Eu e a empregada no sofá de casa. Soube da queda do Muro de Berlim justamente na aula de história, quase em cima do lance, tanto quanto era possível na época. E a gente começava a estudar geopolítica. E estava aqui, sentada em frente ao computador, desenhando mentalmente esse texto, quando soube: “Sarney desistiu de disputar o Senado”.

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